Dia Internacional do Pânico

Segundo a nova atualização de terminologia do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 5ª Edição), a Perturbação de Pânico encontra-se descrita dentro dos especificadores das Perturbações de Ansiedade.

As Perturbações de Ansiedade incluem perturbações que partilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionadas.

O medo é a resposta emocional a uma ameaça iminente real ou percebida, enquanto que a ansiedade é a antecipação de uma ameaça futura.

Os ataques de pânico são um tipo particular de resposta ao medo. Não estão limitados às Perturbações de Ansiedade e também podem ser vistos noutras perturbações mentais. (DSM-V, p. 189).

Na Perturbação de Pânico, o indivíduo experiencia ataques de pânico inesperados recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou alterações desadaptativas no seu comportamento devido aos ataques de pânico (p. ex., evitar de exercícios ou de locais que não são familiares) (DSM-V, p. 190).

 

“Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas (critério A):

  1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
  2. Sudorese.
  3. Tremores ou abalos.
  4. Sensações de falta de ar ou sufocar.
  5. Sensações de asfixia.
  6. Dor ou desconforto torácico.
  7. Náusea ou desconforto abdominal.
  8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
  9. Calafrios ou ondas de calor.
  10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigueiro).
  11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
  12. Medo de perder o controlo ou “enlouquecer”.
  13. Medo de morrer.” (DSM-V, p.208-209).

 

“Um tipo de ataque de pânico inesperado é o ataque de pânico noturno (i.e., acordar do sono num estado de pânico, que difere de entrar em pânico depois de completamente acordado). (…) Muitos indivíduos relatam sentimentos constantes ou intermitentes de ansiedade que são mais amplamente relacionados a preocupações com a saúde em geral e com a saúde mental em específico. Por exemplo, indivíduos com perturbação de pânico com frequência preveem um resultado catastrófico a partir de um sintoma físico leve ou efeito colateral de medicamento (p. ex., pensar que pode ter um enfarte agudo do miocárdio ou que uma dor de cabeça significa a presença de um tumor cerebral). Essas pessoas em geral são relativamente intolerantes aos efeitos colaterais de medicamentos. Além disso, pode haver preocupações acerca da capacidade de concluir as tarefas ou suportar os fatores de stress diários; pode haver uso excessivo de drogas (p. ex., álcool, medicamentos de prescrição ou drogas ilícitas) ou comportamentos extremos que visam controlar os ataques de pânico (p. ex., restrições severas na ingestão de alimentos ou evitar de alimentos ou medicamentos específicos devido a preocupações acerca dos sintomas físicos que provocam ataques de pânico).” (DSM-V, p. 210).

 

Se já sentiu ou atualmente sente alguns dos sintomas descritos, deve procurar um profissional de saúde mental, uma vez que esta psicopatologia é altamente condicionadora da sua vida normal, e com o devido acompanhamento tem apresentado taxas de sucesso muito elevadas. Desta forma poderá recuperar o seu bem-estar. Não deixe que o pânico tome conta da sua vida!

 

Drª Vanessa Carvalho – Neuropsicóloga Clínica