Casais em Quarentena

O isolamento em casa pode criar dificuldades acrescidas aos casais dado que o tempo em conjunto passa a ser abundante. Neste sentido, a Clínica de Psicologia VC propõem algumas estratégias e dicas práticas para conseguir passar este momento com maior tranquilidade.

Comunicar – essa palavra, muitas vezes difícil de pôr em prática nesta fase delicada que todos vivemos. Ouvir para compreender e não para responder. Principalmente em discussões, o nosso foco principal está no nosso argumento e como nos sentimos e, em muitas situações, não estamos particularmente atentos ao que o outro está a transmitir. A empatia é a capacidade que temos de vermos a mundo através dos olhos do outro.

Se estamos muito alterados emocionalmente, é importante interromper a escalada da discussão para ambos conseguirem baixar essa ativação. Habitualmente, o primeiro indicador é a subida no volume e tom de voz. Combinem um time-out (tempo de pausa na discussão) quando sentirem que a discussão está em escalada.

Identificar padrões – em muitas discussões, é possível identificar sentimentos ou tópicos comuns. Mais do que é dito, pode ser útil perceber qual o sentimento na base do mesmo, tentando perceber o que o motiva. Sentimentos de frustração, tristeza e insegurança podem ser camuflados por zanga. Tente pôr por palavras o que sente.

Sentimentos – tal como dito no ponto anterior, é muito importante perceber com exatidão o que está a sentir e o que construtivamente se pode fazer para resolver o problema.

Espaço de cada um – Procurar criar momentos no dia em que cada um consegue passar tempo a sós. Pode ser importante para regular o estado emocional.

Culpar apenas o outro – como casal, ambos têm responsabilidade nos acontecimentos do dia-a-dia. Procure perceber qual o seu contributo positivo ou negativo para a discussão (se procurou resolver, perceber o que o outro estava a sentir ou, por outro lado, manteve a discussão, elevou o tom de voz, entre outros aspetos). Idenficando esses contributos, consegue modificá-los, se necessário.

Acima de tudo, compreenda que são tempos de novas rotinas, contextos e/ou situações, tanto para um como para o outro, e ambos têm de contribuir para a resolução dos conflitos.

 

Dr. Rui Ramada, Psicólogo